Novas estruturas de trabalho estão se consolidando. Seja pelas mudanças na legislação, que permitem, por exemplo, contratos de jornada intermitente, seja pelo novo perfil dos funcionários, o fato é que as relações de trabalho estão em transformação. Diante desse cenário, as empresas de foodservice também precisam se adaptar.
Ao mesmo tempo em que a maior queixa dos gestores de bares e restaurantes é a dificuldade na contratação e retenção de equipes, o setor ainda se mostra resistente à revisão de seus modelos de relação com os colaboradores. Especialmente no período pós pandemia, ficou evidente que os profissionais buscam um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, estruturando suas rotinas de forma mais individualizada.
Isso significa que as empresas precisam oferecer maior flexibilidade para atender às novas expectativas dos trabalhadores. Permitir que os funcionários escolham como usufruir de seus benefícios é uma estratégia essencial para tornar bares e restaurantes ambientes mais atrativos. A flexibilidade passou de um diferencial para uma necessidade e pode ser aplicada de maneira eficaz para atender tanto às demandas dos funcionários quanto às necessidades do negócio.
Empresas que investem em um posicionamento interno qualificado tornam-se “marcas empregadoras”, ou seja, atraem e mantêm profissionais mais capacitados e engajados. Funcionários satisfeitos, além de serem mais produtivos, tornam-se promotores do negócio, despertando o interesse de outros talentos em integrar a equipe.
Os benefícios como atrativos
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante benefícios como vale-transporte, e o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) prevê o fornecimento de refeição ou vale alimentação, quando a empresa não possui estrutura própria ou há previsão em convenção coletiva. No entanto, com a evolução dos modelos de trabalho e negócios, novos benefícios surgem como diferenciais na atração e retenção de talentos.
Hoje, os profissionais estão mais exigentes e buscam não apenas salários competitivos, mas também condições de trabalho mais atrativas e flexíveis.
Benefícios: oferta das empresas x percepção de valor pelos funcionários
A pesquisa anual da Swile Brasil, em parceria com a Leme Consultoria, realizada em 2022, listou 14 tipos de benefícios oferecidos por 1.641 empresas de 13 segmentos econômicos em todas as regiões do Brasil. Abaixo, a lista dos principais benefícios em ordem crescente de oferta:
- Assistência médica (76,2%)
- Refeição (75,1%)
- Alimentação (57%)
- Seguro de vida (57%)
- Assistência odontológica (52,9%)
- Benefícios flexíveis (44,2%)
- Descontos em academias e aplicativos de bem-estar (30%)
- Auxílio home office (28,5%)
- Auxílio educação (28,4%)
- Vale-combustível (26,4%)
- Automóvel (19%)
- Auxílio farmácia (15,5%)
- Previdência privada (13,1%)
- Vale cultura (2,1%)
A pesquisa também apontou que a percepção dos trabalhadores nem sempre está alinhada à oferta das empresas. Enquanto assistência médica e alimentação são valorizadas tanto por empresas quanto por funcionários, os benefícios flexíveis estão apenas na sexta posição entre os mais oferecidos, mas aparecem em terceiro lugar entre os mais desejados. Cerca de 56% dos trabalhadores afirmaram valorizar a flexibilidade em seus pacotes de benefícios.
Apesar dessa diferença, a oferta de benefícios flexíveis cresceu consideravelmente, passando de 26,3% das empresas em 2021 para 44,2% em 2022. Além disso, um estudo do LinkedIn revelou que 60% dos candidatos consideram benefícios e salário como fatores decisivos na escolha de um emprego.
Pagamento sob demanda: mais flexibilidade e autonomia
Se a principal demanda dos trabalhadores é flexibilidade, um dos benefícios que melhor atende a essa necessidade é o pagamento sob demanda. Esse modelo permite que o funcionário receba pelo dia trabalhado, incluindo gorjetas e outros ganhos, conferindo maior autonomia sobre suas finanças.
O pagamento sob demanda já é uma realidade na economia gig, adotado por empresas como iFood e Uber, que atraem cada vez mais profissionais para suas plataformas. Um estudo realizado em 2021 pela Ceridian Pulse revelou que 83% dos empregados entre 18 e 44 anos preferem receber diariamente em vez de aguardar o período tradicional de pagamento. Além disso, as gerações millennials e Z esperam que seus salários funcionem como qualquer outro serviço digital sob demanda.
Esse benefício tem se mostrado especialmente eficaz na retenção de talentos. Uma pesquisa da Quansa indicou que 95% dos usuários do pagamento sob demanda ficariam desapontados se perdessem o benefício, e 53% considerariam mudar de emprego para ter acesso a ele. Empresas de foodservice que adotaram esse modelo relataram uma redução de até 30% na taxa de turnover.
A nova realidade do Foodservice
Os gestores de bares e restaurantes enfrentam desafios constantes na atração e retenção de mão de obra, e a adoção de novas práticas é fundamental para manter a competitividade. O pagamento sob demanda é um diferencial que pode tornar o estabelecimento mais atrativo, melhorando a satisfação dos funcionários e reduzindo a rotatividade. Em um mercado cada vez mais dinâmico, oferecer benefícios alinhados às expectativas dos trabalhadores é um passo essencial para garantir uma equipe qualificada e engajada.
Quer entender melhor o pagamento sob demanda? Fale com a Quansa
